sábado, 31 de maio de 2008

Quase um segundo

Eu queria ver no escuro do mundo
Onde está tudo o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?


Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?


Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?



Os Paralamas Do Sucesso
Composição: Herbert Vianna

sexta-feira, 30 de maio de 2008

DOCES MORANGOS DOCES


E por falar em desejos… Mais um devaneio…


Num belo dia ensolarado, estamos nós dois em um parque… Será o parque do Ibirapuera ou alguma pracinha?

Depois de alguns passos lentos e uma boa conversa durante o trajeto, achamos um cantinho…

Eu me ajoelho na grama, estendendo as cangas… Tiro alguns itens da cesta, enquanto você me observa com um sorriso e mordendo os lábios…

Então, você se aproxima de mim e me agarra… Eu quase derrubo a garrafa de Lambrusco e as taças… Eu resmungo por conta da sua surpresa, mas logo em seguida eu sorrio, e então você percebe que adorei você me abraçando, me colocando perto do teu corpo…

Enquanto nos beijamos, sua mão percorre o meu corpo, minhas mãos acariciando tua pele sob tua camiseta… eu fecho os olhos pra sentir teu calor e o teu cheiro com mais intensidade…

Então, você se senta e me pede pra ficar entre suas pernas… Sim, é o que eu faço…

Depois de servir o vinho nas taças, retiro um pote com morangos e outro com chantili.

Eu me viro um pouco e mergulho um morango no Lambrusco… Ofereço a você. Escorre uma gota em seu queixo, onde tocam os meus lábios… Sorrimos… Mordo levemente teus lábios…

Em seguida, você mergulha outro morango no chantili e me oferece, sujando a ponta do meu nariz… Você ri e limpa com o dedo indicador… Eu seguro sua mão e absorvo o creme que está no seu dedo… Você me pede pra fechar os olhos e sinto o morango tocar meus lábios… Eu o mordo e na mesma hora você beija a minha boca, mordendo meus lábios…

Você se deita e um pedaço do seu abdômen fica à amostra… Fico meio deitada ao seu lado e mergulho novamente um outro morango no vinho… Digo pra você fechar os olhos e então, ao invés de tocar seus lábios, deixo escorrer uma gota na tua barriga… Você sente meus lábios tocando tua barriga, enquanto segura minha mão em que está o morango…

Sinto já o teu desejo pulsando… Tuas mãos percorrendo o meu corpo, me apertando contra o teu…

Então, você se mexe e me vira, ficando sobre mim… Beija os meus lábios, como se fossem deliciosos morangos…

Doces morangos, apreciados com total volúpia…

Morangos cuja forma lembra o coração e cuja cor, vermelho, evoca o desejo…

É o momento em que o tempo pára, e naquele instante existem apenas duas pessoas, sob a copa de uma grande árvore, perdidas nos olhos e no desejo um do outro…

É o momento em que você fecha os olhos e eu percebo teu desejo… É o instante em que você me toca e sente meu corpo estremecer…
Momento de entrega mútua e total… Momento em que dois corpos se fundem em um só…

E no auge disso tudo, o maldito despertador toca… Era apenas um sonho do qual eu não queria ter acordado…

Onde estará você? Será que você ainda pensa em mim?

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Sua mensagem foi enviada COM SUCESSO!

Certa feita, "alguém" resolveu me cutucar com vara curta e me escreveu um e-mail erótico pensando que seria rechaçado na resposta. Ledo engano, não só respondi a altura como tempos depois consegui descobrir que a vara do ser supra citado não é curta coisíssima nenhuma. Se o e-mail dele foi uma tentativa de me fazer desistir, o tiro saiu pela culatra. Isto serve de lição, não mexa comigo, pois pago pra ver e vou até o fim. Tá, o que eu sentia pelo cara era uma espécie de amor, mas a vida é assim, cada um dá o que pode e se ele só podia me oferecer uma noite de sexo porque não aceitar? Até por que ele é GOSTOSO!!!! É, assim em caixa alta mesmo!
Confira abaixo a resposta que lhe foi enviada com sucesso. E que sucesso, hein?


Você já me teve diversas vezes, não na minha fantasia, mas no meu desejo. Já puxou meu cabelos com força enquanto me beijava vestido de médico no repouso do hospital. Já me teve também no capô do carro, na sua moto numa noite de verão e o calor dos nossos corpos aumentando ainda mais o calor. Sobre a mesa do seu consultório chegamos a derrubar objetos de tanta euforia... Já estivemos juntos até em plena Avenida Paulista completamente nus numa noite de chuva, o mundo havia parado e só havia nós dois nos amando de todas as formas. Já mordi tanto seus lábios que até já perdi as contas. Você já me apertou com seus braços fortes e me fez estremecer um sem número de vezes.
Derramei champagne pelo teu corpo nu e a bebi com gosto de você, senti o cheiro da tua pele misturado ao adocicado da bebida... Estiveste em mim tantas vezes que até já me esqueci quantas foram. Nas minhas noites de insônia tive você na minha cama, na sua, senti sua língua passeando pela minha pele arrepiada totalmente entregue, senti seus beijos em todas as minhas vértebras... Nas janelas entre pacientes você me possuiu alucinadamente no meu divã e terminou com gemidos no meu ouvido.
Até dancei pra você a dança do ventre e a famosa dança do poste. Depois, atirei-me em seus braços e nos tivemos loucamente até estarmos exaustos...
Podemos fazer isso de maneira muito intensa sabendo que será a primeira e a última vez. Sim, farei isso com você ainda que eu saiba que será em troca de absolutamente nada!
Te desejo MUITO, MUITO, MUITO, MUITO...


Mexer nisso tudo, de certa forma, ainda dói. Esta devoção que tenho me irrita e o seu silêncio ainda faz sangrar as cicatrizes que ainda não fecharam por inteiro. Pedi que não me deixasse no vácuo, embora não tenham havido promessas de uma próxima vez, um "oizinho" de vez em quando não faz mal a ninguém. Só queria saber onde foi que você arrumou esse chá de sumiço concentrado master que você tomou...

É inevitável citar Caio Fernando de Abreu aqui: "O cheiro do teu corpo persiste no meu durante dias. Não tomo banho. Guardo, preservo, cheiro o cheiro do teu cheiro grudado no meu. E basta fechar os olhos para naufragar outra vez e cada vez mais fundo na tua boca. Abismos, marinhos, sargaços."

Codinome Beija-Flor

Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor


Interpretado por Cazuza
Composição: Cazuza, Reinaldo Arias e Ezequiel Neves

terça-feira, 27 de maio de 2008

Texto informativozinho bem meia-boca






Mendes tem 37 anos, cabeça raspada e brinco na orelha direita. Pelos modos e pela aparência, o rapaz branco de família evangélica não se distingue de outros milhões de jovens paulistanos, exceto por uma particularidade importante: ele namora um travesti, Flávia. Os dois se conheceram há cinco anos no centro de São Paulo e, de lá para cá, constituem um casal. Na semana passada, sentado ao lado de Flávia na sala de um apartamento na Rua General Osório, Mendes explicava, em voz pausada, as bases da relação. “Nosso relacionamento é hétero”, afirma. Isso quer dizer que, no sexo, ele é a parte viril do casal, enquanto Flávia cumpre o papel de mulher. “Mas entre nós não existe só sexo. A gente tem amor e cuida um do outro.” Com cabelos negros e corpo esguio, Flávia ganha a vida se prostituindo nas ruas. Ele trabalha nas ruas como vendedor.
As palavras de Mendes revelam, sem explicar, um dos grandes mistérios da sexualidade moderna: a sedução exercida pelos travestis. Desde meados dos anos 70, quando despontaram nas esquinas das metrópoles brasileiras com saias minúsculas e seios exuberantes, essas criaturas híbridas conquistaram um espaço enorme no imaginário sexual do país. Todos os dias, milhares de homens se esgueiram por avenidas sombrias para comprar o prazer oferecido por seus corpos alterados. O risco envolvido nesse tipo de operação ficou claro há duas semanas, quando Ronaldo Nazário, o jogador de futebol mais famoso do mundo, transformou-se no protagonista de um escândalo que tinha como coadjuvantes três travestis do Rio de Janeiro. Ele foi com o grupo ao hotel Papillon e, durante a madrugada, desentendeu-se com um deles, Andréia Albertini. Acabaram todos na delegacia, de onde a história ganhou o mundo. A avalanche moral que desabou sobre Ronaldo a partir daí foi incapaz de responder à questão mais simples colocada pelo episódio: por que homens adultos e mesmo famosos arriscam segurança e reputação e vão atrás de travestis?
O antropólogo americano Don Kulick passou um ano vivendo com travestis em Salvador, sabe muito de seu cotidiano e mesmo de suas preferências íntimas. Mas não se arrisca a explicar quem são seus clientes. “Essa é uma grande incógnita. Embora acompanhasse os travestis todas as noites, não consegui distinguir um cliente típico”, diz. O livro de Kulick, professor da Universidade Nova York, sairá em português no fim deste mês, pela editora Fiocruz, com o título Travestis: Prostituição, Sexo, Gênero e Cultura no Brasil. Kulick conseguiu uma descrição razoavelmente rigorosa do que os fregueses exigem dos travestis. Durante um mês, pediu a cinco deles que registrassem o tipo de serviço prestado nas ruas. O resultado de 138 programas: em 52% dos casos os clientes queriam sodomizar, em 19% exigiam sexo oral, 18% queriam fazer aquilo que se costuma chamar de “troca-troca”, 9% pagaram para ser sodomizados e 2% para ser masturbados. “Não é insignificante que 27% dos homens nessa amostragem quisessem ser penetrados por travestis”, escreve s Kulick. “Mas esses homens não são maioria, como os travestis geralmente afirmam.”
A confiar apenas no que dizem os travestis, o porcentual de seus clientes que se portam como homossexual passivo é alto. “Nove em cada dez homens querem ser penetrados”, diz Flávia, a namorada de Mendes. “Se o travesti não for bem-dotado e ativo, não ganha a vida na rua.” Exagero? Talvez. Assim como as prostitutas, os travestis têm uma relação antagônica com aqueles que pagam para usar seu corpo. Muitos não suportam exercer o papel viril que se exige deles na prostituição e o fazem com grande sofrimento, porque não encontram outra forma de ganhar a vida. Vingam-se dessa situação degradante com a mesma arma que a sociedade usa para humilhá-los: questionam a hombridade do freguês e o ridicularizam.
O psiquiatra Sérgio Almeida trabalha com travestis em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, e sua experiência corrobora em alguma medida a versão de Flávia. Cabe a Almeida a tarefa difícil de distinguir entre os travestis – definidos como homens que gostam de agir e sentir como mulher – e os transexuais, que se sentem mulheres aprisionadas em corpo masculino. Para estes, recomenda-se a cirurgia de troca de sexo. Para os travestis, ela equivale a uma mutilação e pode levar ao suicídio. Almeida gasta dois anos com cada paciente até decidir em que categoria ele se encaixa. “Desde 1997, fizemos 95 cirurgias e não tivemos nenhum problema”, afirma. O pós-operatório mostrou ao psiquiatra que ex-travestis são freqüentemente abandonados por seus parceiros quando perdem a anatomia masculina. E que os operados que insistem em continuar na prostituição perdem também a carteira de clientes. Algo de crucial desapareceu na cirurgia. “Não é verdade que os homens procuram travestis porque estes se parecem mulheres”, diz ele. “Eles querem o algo mais que as mulheres não têm.”
Os próprios envolvidos têm opiniões diferentes. Um leitor anônimo de epoca.com.br enviou depoimento no qual afirma, basicamente, que os travestis são a melhor opção sexoeconômica. Diz ele: “Já saí com vários travestis. O que me atraiu foi justamente o desejo físico pelos bumbuns e seios avantajados. Ficar com uma travesti para mim é conseguir a baixo preço uma mulher de porte e formas que eu jamais conseguiria pagar ou namorar”. Márcia, travesti paulista cuja foto abre esta reportagem, repele qualquer tentativa de analisar os homens com quem sai voluntariamente. “Para mim, homens que saem com travestis são heterossexuais de cabeça aberta, que topam qualquer coisa”, afirma. Advogado, casado, pai de uma moça, diz que tem impulsos de vestir-se e agir como mulher desde criança, mas que isso nunca o impediu de ter relações normais com mulheres: “Quando saio com um homem, ele não importa. O que me interessa é reforçar minha identidade de mulher”.
O mistério em torno dos homens que procuram travestis é proporcional à ignorância que cerca os próprios travestis. Como grupo populacional, eles são escarçamente estudados: não se tem a menor idéia de quantos sejam, no mundo ou no Brasil. Os líderes das organizações de travestis estimam que haja 5 mil ou 6 mil deles no Rio de Janeiro e uma quantidade muito maior – fala-se em 30 mil – em São Paulo. Nenhuma ciência ampara essas estimativas. Sabe-se que há travestis de Porto Alegre a Manaus, inclusive em cidades pequenas. Tem-se a impressão, entre os que lidam com o assunto, que o Brasil é o líder mundial nessa categoria – e o principal exportador para os países europeus, sobretudo Itália e Espanha. “O Brasil tem a maior população mundial de travestis e o maior número de travestis per capita”, afirma Kulick. Trata-se de uma opinião bem informada, mas é apenas opinião. Líderes de organizações de travestis como Keila Simpson, presidente da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais, querem que o censo inclua perguntas que permitam quantificar os diferentes grupos sexuais do país. “Como se pode dirigir políticas públicas a uma população de tamanho ignorado?”, diz.
A palavra-chave quando se trata de explicar a atração exercida pelos travestis parece ser ambigüidade. Eles são percebidos simultaneamente como homem e mulher, uma incongruência que mexe com as profundezas da psique humana. “O travesti mobiliza o desejo como mobiliza a repulsa”, afirma a psicanalista carioca Regina Navarro Lins. Outra psicanalista, Maria Rita Kehl, vê duas razões no fascínio pelos travestis. A primeira é que, por ser uma mulher com pênis, ele captura os restos das fantasias sexuais infantis. A outra está no fato de os travestis encarnarem a feminilidade de uma forma absoluta, que nenhuma mulher contemporânea aceitaria. “Só um travesti saberia ser tão feminino quanto quer a fantasia de alguns homens”, diz Maria Rita. “Se alguém sabe o que é ‘ser mulher de verdade’ (uma ficção masculina), é justamente o travesti.” Os próprios travestis são taxativos ao afirmar que seus fregueses procuram neles a diferença: a mulher com falo, a fantasia, o risco. “Transgressão é essencial. O proibido atrai”, afirma Marjorie, travesti com 20 anos de experiência nas ruas, que hoje trabalha na Secretaria de Assistência Social da Prefeitura do Rio de Janeiro. “As coisas que se dizem sobre os homens que saem com travestis são lendas machistas.”
Paira sobre essa discussão uma palavra que os psicanalistas detestam: patologia. Sim, as pessoas têm o direito inalienável de manter relações sexuais com quem quiserem, desde que haja consentimento mútuo. Posto isso, cabe a pergunta: está bem de cabeça um homem casado (como parece ser a maior parte dos clientes dos travestis) que abre a porta de seu carro na porta do Jockey Club, em São Paulo, e paga R$ 40 por uma hora de sexo com um homem que parece ser mulher? Os especialistas não têm uma resposta unânime a isso.
Liberais dizem que, bolas, desejo é desejo, e não se pode explicar ou reprimir. Há que aceitar. “Entendo que os homens que só se realizam sexualmente com travestis possam estar mal resolvidos em sua orientação sexual”, diz Maria Rita Kehl. “Mas considerar que todos os que gostam de travestis são homossexuais acovardados é uma redução preconceituosa.” Na outra ponta, fala-se em sofrimento e confusão por trás dessa forma específica de prazer. “Para alguns homens é patológico”, afirma o psicanalista Oswaldo Rodrigues, do Instituto Paulista de Sexualidade. “Muitos fazem isso num impulso de autodestruição.”
Há os incapazes de lidar com seu próprio desejo por outros homens. Há os que buscam cumprir seu “papel social” no corpo feminilizado dos travestis. Há de tudo, e nem tudo é a festa do desejo que a modernidade implicitamente recomenda. Onde está o limite? Na dor. De acordo com o psiquiatra Ronaldo Pamplona da Costa, com mais de 30 anos de experiência terapêutica, muitos homens que saem com travestis o procuram em estado de sofrimento. Eis o que diz a respeito a psiquiatra Carmita Helena Abdo, que coordena o Projeto de Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo: “Se as pessoas fazem sexo responsável,não estão sofrendo e não me procuram, não quero normatizar a vida de ninguém”.

Fonte: Revista Época

domingo, 25 de maio de 2008

Paixão desde o primeiro "clic"

Desde que nos conhecemos parece que estou sob o efeito de um encantamento...

Por vários dias fiquei lendo e relendo nossa primeira conversa ao MSN, ou trechos dela, porque também nos falamos por voz… Eu ria e sorria sozinha, relembrando o que senti e imaginei a teu respeito...

Aliás, que voz gostosa você tem… Eu confesso que me apaixonei pela tua voz, pela impressão que tive a seu respeito…

Apesar de termos trocado nossas fotos e de seu constante convite p'ra nos encontrarmos pessoalmente naquela noite, eu não me sentia ainda preparada p'ra alçar um vôo assim tão alto e também de me permitir mais coisas… Por quê? Timidez, insegurança e, por que não dizer, medo que você percebesse minha paixão velada…

Finalmente, num dia muito frio, nos vimos ao vivo… Foi de repente que você fez o convite e eu aceitei a aventura… Estava nervosa… Meu coração batia acelerado…

E na minha imaginação, tudo tinha que estar perfeito, mas a surpresa deixou alguns preparativos de lado…

Aqueles instantes em que passamos juntos foram mágicos e até hoje inesquecíveis…

E depois de todo esse frisson, você sumiu... Lembro-me que os dias sem tua presença foram muito ruins, pareciam dias sempre nublados, se arrastando um após o outro...

Qual não foi minha alegria ao te ver online novamente… Retomamos nossas conversas, ainda que breves…

E novamente quis o acaso que nos distanciássemos, agora por uma falha do comunicador… Porém uma feliz coincidência fez com que retomássemos nosso contato, e então eu soube de você mesmo que você tinha planos de ir para longe de mim, e então eu me entristeci… Aos poucos, fui tentando matar essa paixão, arranjando desculpas, como a distância, diferença de idade, que não havia nada entre nós, a não ser uma amizade colorida, que as ilusões e expectativas foram inventadas por mim, etc...

E no meio de tudo isso, num belo dia, veio você cogitando algo a mais do que um breve encontro… Puxa!!! Você não imagina o quanto fiquei surpresa e feliz, mas ao mesmo tempo, frustrada e triste - por um lado era o que mais queria, porém não mais naquele momento em que havia tentado matar todo o meu sentimento por você… Sim, chorei naquele dia, não sei se de raiva ou tristeza…

Os dias foram se passando e cada um foi seguindo em frente e seu próprio caminho… Eu até tinha me reapaixonado por uma pessoa que nunca vi ao vivo, mas isso é tema pra uma outra "conversa"...

Acho que até fiquei meio fria e distante contigo... Porém, você sempre mexia com meus brios, meu juízo... Não me pergunte por que isso acontecia (e acontece)… É simplesmente assim... Toda a vez...

E sempre que nos reencontramos pessoalmente, tenho a impressão que esse encanto se intensifica... Fico dias lembrando e relembrando... E sempre espero a próxima vez...

Hoje com uma diferença: estou sendo mais eu mesma, estou sendo mais espontânea... Antes, eu queria te agradar a qualquer custo… E de vez em quando, eu seguia uns conselhos de minhas amigas, de me afastar, fazer um certo jogo de charme... Contudo, isso nunca dava certo (risos), porque eu não conseguia sustentar essa farsa, preferindo ser eu mesma e de estar, de alguma maneira, próxima a você e não mais distante…

Você continua sendo figura constante do meu imaginário e devaneios... E agora também dos meus sonhos...

E por mais que me digam que estou errada, “A verdade é que não te amo com meus olhos que descobrem em ti mil defeitos, mas com meu coração, que ama o que os olhos desprezam.” (Shakespeare)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Lilica

Aqui sou Lilica, mas você sabe, eu queria ser Lilica pra você. Queria que você me chamasse assim de manhã, de tarde e de noite, na cozinha, na cama, no telefone. Fui Lilica apenas em mensagens de correio eletrônico. Criei este codinome para que só você me chamasse assim e é verdade que consegui isso algumas vezes, mas não do jeito que eu queria... Tive você, mas não por inteiro. Que lástima! De quantos subterfúgios você tentou se utilizar para adiar um encontro e quando nos encontramos você deu um jeito de fugir quando a semente seca começou a reviver. Que medo é esse que não te deixa chegar perto de mim?
Ai que saudade de você hoje, da sua pele, da sua boca, da sua cama, do seu suor... Ah! Não vou te ligar, não vou te escrever, não devo, sabe-se lá o que você está fazendo agora, em quem está pensando... Deixa tudo isso explodir aqui nesse amontoado de frases desconexas. Chega de dizer pra você, que despreza a minha capacidade de amar, deixa essa novela mexicana chegar ao final. Chega de melodrama!